sábado, 2 de julho de 2011

Seguindo em frente.
Encarei o Ontem sério. Olhei no fundo de seus olhos, com desprezo. Ouvi-o tentar explicar-se, enxurrando algumas poucas palavras, e desdenhei. Confrontei-o e exigi que ele dissesse-me a verdade, explicasse-me o motivo de tanto sofrimento que me causara, mas ele continuava a tentar proferir palavras que o desculpasse; a tentar enganar-me, como fizera anteriormente. Aproximei-me de seu corpo e defrontei-o ferrenhamente, fazendo-o silenciar-se. Namorei seus traços enquanto lembrava das mentiras que ele me contara. Ergui a mão como protesto ao perceber que palavras atrever-se-iam a sair de sua boca e então mudei a mão para uma investida. Levei-a para trás lentamente e arrastei-a para frente, fazendo-a ir de encontro ao rosto de Ontem, que baqueou com o choque. Ri ao ouvir que o estrondo fora mais alto do que eu imaginava e debochei. Aproximei-me de seu ouvido direito e proferi, calmamente, que ele me esquecesse. Então me virei e dei a mão para o Amanhã, que me acolheu com um abraço apertado. Agora, sim, eu poderia esquecer o Ontem.
Mateus Guilherme.

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