quarta-feira, 23 de março de 2011


Nem que eu passe, e você finja que não me viu, eu tenho a certeza de que você notou. Meu andar imprudente, um jeito diferente, mais inconsequente, pretendendo não ligar para gente. Respirando outros ares, viajando em outros mares. Lugares que estavam fora da rota, mas hoje nada disso importa. Rumo sem saber para onde, para longe. Ainda sangrando um corte manchado, iludido, que fere através do amor, pressiona através da dor, e tortura pela lembrança.
Eis os fatos da confusão: apostei tudo em batidas incertas de um coração. Para me proteger, escondi as emoções que estavam tão à flor da pele. E mesmo sem a aceitação dos outros, eu já parei de me importar. Pois se não tivesse pensado tanto neles, não estaria no meu lugar. Eu não mudei, e sei que você percebeu. Essa é só minha armadura, que como a chuva, sabe disfarçar as minhas lágrimas, mas não consegue me evitar de chorar.

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